Águas do Sertão e a Crise em Penedo: Quando os Interesses Políticos Falam Mais Alto que o Bem do Povo
Crise Hídrica em Penedo Expõe Contradições Políticas e Abandono da População pela Águas do Sertão

Durante a última sessão na Câmara Municipal de Penedo, o vereador Júnior do Tó voltou a levantar a voz mais uma vez contra os inúmeros problemas causados pela empresa Águas do Sertão no município. Segundo o parlamentar, a população está cansada de ser penalizada com a falta de água, a má qualidade do serviço e o completo descaso por parte da concessionária. Ele próprio admitiu já estar exausto de repetir as mesmas denúncias há meses, sem qualquer resposta efetiva.
O que Júnior não disse, mas o povo sabe, é que essa crise tem nome, sobrenome e endereço político. A entrada da Águas do Sertão em Penedo não foi um acidente, nem um decreto do destino. Foi fruto de uma decisão política tomada com a assinatura da maioria dos vereadores da legislatura passada, que aprovaram a concessão por 35 anos. À época, apenas dois tiveram coragem de votar contra: Valdinho Monteiro, hoje vice-prefeito e Cidoca (Alcides de Andrade Neto), do União Brasil.
A pergunta que se impõe, diante do caos instalado e da revolta popular, é: o que motivou tantos vereadores a apoiarem a entrega de um serviço essencial a uma empresa que já demonstrava falta de preparo e compromisso com os municípios do interior? Fontes da época, e bastidores comentados até hoje nos corredores da política penedense, apontam que houve incentivos pouco transparentes para garantir que a maioria assinasse a concessão sem questionamentos.
Se hoje a cidade sofre com ruas esburacadas, torneiras secas e uma empresa que trata a população com descaso, isso é reflexo direto da irresponsabilidade de um grupo político que, movido por interesses obscuros, vendeu o futuro do abastecimento de água do município. Fala-se em contratos sem debate público, decisões tomadas às pressas e um silêncio cúmplice diante dos alertas que já vinham de outras cidades atendidas pela mesma concessionária.
É conveniente agora para alguns parlamentares se indignarem publicamente com a Águas do Sertão, como se não tivessem responsabilidade alguma pelo atual cenário. Mas o povo não esquece. A crise da água em Penedo não nasceu da chuva, mas do jogo político sujo, que tratou a concessão como moeda de troca, e não como compromisso com o bem-estar coletivo.
Enquanto isso, a população continua pagando caro literalmente por um serviço precário, enquanto parte dos que causaram o problema posam de salvadores.
por; Alagoas em Rede